quarta-feira, 7 de junho de 2017

Estou a lutar contra um vício

Já fui viciada em tabaco e, graças às gravidezes e amamentação, consegui superar. Não porque tivesse "enjoado" o tabaco durante a gravidez, mas porque o medo de fazer mal ao bebé foi maior que a tentação.
Entretanto, desde a gravidez do Bruno que me tornei viciada em algo muito pior: o açúcar.
Pior, porque, ao contrário do tabaco, está sorrateiramente presente em TUDO o que ingerimos, está à mão de semear, e do "ocasionalmente-não-faz-mal" passa-se muito facilmente para o "mato-se-não-comer-aquela-bola-de-berlim-a-transbordar-de-creme".
Não tem sido fácil.
Hoje, caiu-me a ficha. Da minha esbelta figura 36...hoje só coube numa camisa que usei...na gravidez. Sim, ao que isto chegou!
Olho-me no espelho, não me reconheço: o aspecto cansado, envelhecido, gorda como uma orca. E fui eu quem fez isto a mim mesma!
Por várias vezes, tentei sair deste trilho suicida. Mas, tal como o fumador que "desiste" por uns dias até se deparar com uma "situação chata" que o enerva e o leva outra vez a fumar, também eu lá ia à festa de anos, ou aproveitava o pretexto de ensinar os meus filhos a cozinhar para fazer bolos, bolachinhas, cremes e pudins. Desgraça total! A descompensação desabava em força sobre mim, e acabava a comer o dobro ou o triplo do açúcar!
Como disse atrás, hoje, ao ter de vestir roupa de grávida - sem o estar - caiu-me a ficha.
Na verdade, à beira dos 40 anos, fiz as pazes com o meu corpo, as celulites e flacidezes - há coisas que são como são, a natureza é assim e não adianta correr atrás de determinados prejuízos, que nada mais são que consequências naturais da força gravítica sobre os nossos corpos.
Mas não posso compactuar com os valores altos de glicémia - que ainda, por muita sorte, não aconteceu -, o colesterol elevado, as cáries, e, em última análise, com a ansiedade da "ressaca" de não comer a "dose" diária.
Uma médica pediatra disse, talvez chocando muita gente pela crueza das palavras, que o açúcar dado às crianças deveria ser considerado mau trato. E eu concordo.
Diz ela que é o açúcar a base do álcool - e que isso deveria ser suficiente para pensarmos antes de darmos aos nossos filhos Bollycaos, Manhãzitos, queques, pastéis de nata ou os "inofensivos" sumos 100%. Concordo outra vez.
Se eu, como adulta, não consigo ver-me livre deste vício, imagino uma criança!



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