quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Da abolição dos feriados

Eliminam o 1º De Dezembro e o 5 de Outubro.


Eliminaram a data que assinala o facto de sermos portugueses e não espanhóis, e a data que assinala a implantação do regime em que hoje vivemos.


No entanto, mantiveram o 25 de Abril. O VINTE E CINCO DE ABRIL? Digam-me o que é que o vinte e cinco de Abril trouxe de extraordinário aos portugueses?


Uma revolução que não foi feita a pensar no povo, apenas no interesse de alguns militares. Ora se os militares fossem atendidos nas suas exigências, não iriam mexer uma palha que fosse em prol do povo, aposto!


O povo foi liberto de um regime que asfixiava o país? Não sei se foi. O que nos governa continua a ser o interesse instalado de desterminadas elites. O povo, como se vê, continua apenas e só a ser chamado a intervir para eleger os ladrões que se revezam na delapidação contínua do erário público. Que grande democracia!


E quanto à liberdade de expressão, também não brinquem comigo: se alguém se assumir de direita e conservador, e não for politicamente correcto, pode ver-se ofendido e até difamado. A democracia não deveria trazer o respeito por todas as convicções?


A saúde, a educação, a justiça são pilares de uma nação e cada vez mais só estão ao alcance de quem tem dinheiro para as pagar - ainda que todos descontemos. A segurança social está a romper pelas costuras, porque não pode continuar, num país que não apoia a família (logo não incentiva ao nascimento de mais crianças), a sustentar, através de subsídios, quem declaradamente se recusa a trabalhar (e, em muitos casos, nunca trabalhou) e tem boas capacidades para isso.


Já não existe o medo da PIDE - ainda bem-, mas não consigo sair à rua sem pensar que posso ser violada, assaltada e agredida à "cara podre" pois os prevaricadores não são punidos muito para além de uma apresentaçãozinha periódica na esquadra, ou absolvidos por serem uns coitadinhos vítimas do sistema, para voltarem a repetir a proeza! É isto a Liberdade?


Os professores já não dão reguadas, nem estaladas e ainda bem. Mas os miúdos têm, muitas vezes, medo de ir à escola porque rufias que não querem estudar são mantidos pelo sistema para assaltarem e agredirem enquanto o pessoal escolar nem lhes pode tocar.


É este o progresso?


Onde estamos nós, volvidos 37 anos de promessas de um país melhor?


Não quero que o meu país volte para trás, mas sim que ganhe orgulho e rectidão, que o povo realmente se una e faça jus ao "povo unido, jamais será vencido" e elimine, de uma vez por todas, esta mentalidade que nos tem prejudicado e não nos deixa seguir em frente.

7 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. O que o vinte e cinco de Abril trouxe foi o extremo oposto ao que já havia. Mas continuamos oprimidos.
    Não escrevo em jornal nenhum, apenas tenho ganas de escrever o que sinto em relação ao estado deste país que podia ser outro, e não é porque a mentalidade que reina (não é a de toda a gente, mas é a que nos é imposta) é avessa a isso!

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  3. Minha querida Ana,
    Concordo contigo no que respeita à abolição DESTES feriados. Se somos um país laico, porque raio comemoramos tantos feriados religiosos??
    Agora, em relação ao 25 de Abril, não concordo.
    Por muito mal que estejamos, por muita crise, e pobreza, e insegurança, e corrupção, e tudo de mau que temos...Não trocava 1 dia da minha vida neste "regime" de 2011 por um minuto no regime pré 25 de Abril.
    Na minha opinião, muita gente não soube aproveitar a Liberdade...aliás, muitos confundiram Liberdade com Libertinagem...E muitos outros aproveiram-se da Liberdade. Mas sinto-me sortuda e agradecida pela nossa Liberdade, por muito limitada que seja, pela insegurança fisica e financeira.
    Bjs e bom feriado.

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  4. Sabes, Maria, eu tb não queria por nada o regime antes do 25 de Abril, mas não sinto que tenha havido uma mudança assim tão drástica. Os meus pais diziam-me que se vivia mal, mas já viste como estamos? Parece que se substituiu uma ditadura por outra.

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  5. Oh, Ana, o que é que o 25 de Abril nos trouxe?!

    Posso começar pela PAZ? Sim, que os portugueses estavam envolvidos numa guerra sem fim à vista, para manter umas colónias que desejavam a independência (e mais tarde ou mais cedo iam consegui-la)! Com todos os mortos, estropiados e feridos inerentes e as implicações que tinha nas próprias famílias!

    A LIBERDADE parece-te coisa pouca, porque nunca viveste em ditadura. Não tinhas maneira nenhuma de escapar à PIDE-DGS, caso discordasses do regime. Aliás, só por escrever um texto destes (que nunca seria divulgado), já estavas metida num grande sarilho, mesmo nas leves críticas que fazes ao Estado Novo!

    A DEMOCRACIA não é o pior dos sistemas, antes pelo contrário, é melhor do que todos os outros. E se as pessoas votam pela carinha laroca de alguns atuais governantes, não deixa de ser culpa do obscurantismo salazarista, que, em abono da verdade, soube lindamente aos eleitos que o mantiveram...

    Agora não há que confundir sistemas com os derrapanços dos fulanos que nos têm governado, com os amiguinhos e respetiva pandilha. Muitos, demasiados até!

    Quanto aos feriados, concordo contigo! Dos religiosos ficavam o Natal e a Páscoa (6ª feira santa), que muitos comemoram, desapareciam os outros e permaneciam as datas históricas! 25 de Abril, inclusive! :)

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  6. O 25 de Abril trouxe muito a este País! É impossível dizer o contrário. A situação em que se vivia neste País antes desse dia teria que ter um fim a bem de todos. A possibilidade de se conseguir passear na rua sem termos alguém à nossa espera ao virar da esquina para nos levar para o posto da GNR mais próximo. Os jovens poderem sair livremente para se divertirem, irem a um simples cinema sem problemas. Uma imensidão de coisas que hoje são, para todos nós, dados adquiridos mas que antes do 25 de Abril eram apenas miragens. A liberdade não está apenas no podermos dizer tudo aquilo que pensamos. É muito mais do que isso! E só mais uma coisa: o 25 de Abril não foi, de todo, feito por militares apenas no seu interesse. Se assim fosse, não se teria instalado a democracia mas sim uma ditadura militar em que os Capitães de Abril teriam sido a linha de frente. Nada disso! Vamos parar de achar que os militares são sempre os culpados de tudo e que, como a própria Ana diz, "se os militares fossem atendidos nas suas exigências, não iriam mexer uma palha que fosse em prol do povo". Vamos deixar de achar que os militares são os parasitas da sociedade quando provavelmente esses parasitas estão muito mais presentes em outros quadrantes da sociedade portuguesa. Para o caso de não saber, o juramento de um militar não são somente palavras largadas ao vento pois nem todos têm a coragem de sentir algo como "Juro defender a minha Pátria e estar sempre pronto a lutar pela sua liberdade e independência, mesmo com o sacrifício da própria vida" (art. 7º do Estatuto dos Militares das Forças Armadas) e efectivamente cumpri-lo todos os dias. Pense nisto...

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  7. Olá!

    Claro que todos os dias comemorativos de regimes não deviam ser transformados em feriados. É diferente do 1º. Dezembro.

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